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OS NOVOS OBREIROS DO SENHOR – LABOR EM EQUIPE

No livro Modelos de liderança, trabalho e autotransformação, o escritor espírita Alírio Cerqueira Filho pergunta: como nós dirigentes e trabalhadores espíritas nos colocamos “em marcha” na grande obra de regeneração do planeta? E para responder essa questão, propõe um trecho da mensagem de Joanna de Angelis (Divaldo Pereira Franco), do livro Após a tempestade, no qual a autora nos oferece um roteiro para nos colocarmos “em marcha”. (…) Adestrados, agora, para os inadiáveis serviços de reconstrução do mundo em que nos encontramos, mediante o uso dos instrumentos da mansidão, da Justiça e do conhecimento, mister se faz que nos detenhamos a reflexionar em regime de urgência e em clima de tranquilidade. A fé que bruxuleia em nossos espíritos é a nossa lâmpada-bússola, apontando rumos. Os recursos acumulados e as possibilidades a se multiplicarem constituem os tesouros para aplicação racional, no investimento da atual reencarnação. Não há sido pequeno o trabalho envidado pelos Administradores Espirituais das nossas vidas, a fim de nos reunir, de nos acercarmos uns dos outros, após incessantes períodos de disputas infelizes, de justas inexplicáveis, de idiossincrasias domésticas… Já não se dispõe de tempo para futilidade nem tampouco para ilusão. Necessário lidar com Espíritos resolutos para a tarefa que não espera e o dever que não aguarda. Estes são os momentos em que deveremos colimar realizações perenes. Para tanto, resolvamo-nos em definitivo produzir em profundidade, acercando-nos de Jesus e por Ele facultando-nos conduzir até o termo da jornada. Não será, certamente, uma incursão ao reino da fantasia ou um passeio gentil pelos arredores da catedral da fé. Antes, é uma realização em que nos liberaremos das injunções cármicas infelizes, adquirindo asas para maiores voos na direção dos inefáveis Cimos da Vida. Há muito por fazer, que deve ser feito: sem a presunção jactanciosa, que empesta as melhores expressões do serviço, nem os injustificáveis receios, que turbam a claridade dos horizontes de trabalho. Conscientes das próprias responsabilidades não esperemos em demasia pela transformação de fora, mas envidemos esforços para o aprimoramento interior. Sem veleidades, iniciemos o trabalho de construção do novo mundo, retirando dos escombros do “eu” enfermiço os materiais aproveitáveis para as novas edificações a que nos devemos dar com euforia e santificação. Devidamente arregimentados, iniciemos o labor, partindo do lar, que deverá permanecer sobre as bases sólidas de amor, de entendimento e de fraternidade, de modo a resistir às investidas da insensatez e da leviandade, que nos não podemos permitir. Estamos no lugar certo, ao lado das pessoas corretas, vivendo com aqueles que nos são os melhores elementos para a execução do programa. A pretexto de novas experiências ou fascinados pela utopia de novas emoções, não perturbemos o culto dos deveres a que nos jugulamos com fidelidade. Nenhuma justificação para o equívoco, nenhum desvio de responsabilidade. Tornemo-nos o vaso onde deve arder a flama do bem, oferecendo, também, o óleo dos nossos esforços reunidos a benefício da intensidade da luz. Adversários, cujas matrizes estão insculpidas em nosso imo, surgirão a cada passo, de dentro para fora e, incontáveis, virão em cerco, de fora para dentro, colocando o cáustico da aflição no cerne dos nossos sentimentos. Tenhamos paciência e vigiemos! Somente resgatamos o que devemos. Apenas seremos atingidos nas fraquezas que necessitamos fortalecer. Aliciados pelo Senhor, à semelhança dEle, encontraremos resistência para superar dificuldades e vencer limitações que nos retinham até aqui na retaguarda. Acenados pelo Senhor e por Ele conduzidos, avançaremos. Evidente que as nossas pretensões não ambicionam reformar nada, senão nos reformarmos a nós mesmos. Primeiro incendiar de entusiasmo e esperança a Terra e as criaturas dos nossos dias, aprofundando estudos no organismo rígido da Codificação, de modo a trazê-la ao entendimento das massas, repetindo as experiências santificantes dos homens do Caminho, que abriam as portas das percepções às Entidades Espirituais nos seus cenáculos de comunhão com o Reino de Deus. Estribados no amor fraterno e alicerçados no estudo consciente dos postulados espíritas, promovamos o idealismo ardente, produtivo, abrasador, com que se forjam lídimos servidores das causas superiores, convocando as multidões, ora desassisadas, que caíram nos despenhadeiros da alucinação por não encontrarem mãos firmes na caridade da iluminação de consciências e no arado da fraternidade, concitando-as ao soerguimento e à renovação. Com todo respeito a todos, não temamos, porém, ninguém. Vinculados e adesos ao trabalho, nos Grupos de Ação, Casas e Entidades veneráveis, auxiliemos, verdadeiramente ligados à Causa, ao Cristo e a Kardec. Nosso Guia Seguro continua sendo Jesus. A qualquer ataque, o silêncio, que é a lição de coragem pouco conhecida. O defensor da nossa honra e do nosso trabalho é o Senhor. A nós nos cabe a glória de servir, sem pretensão. Como a Seara é dEle, a Ele compete decidir e dirigir… Em nossa equipe de trabalho, reunamos os companheiros que preferem a pesquisa consciente e metódica, sistemática e racional, facultando-lhes aprofundar observações e divulgá-las em termos condicentes com os conhecimentos dos dias atuais. Sem pressa, por significar esse trabalho excelente campo a comprovações firmes e indubitáveis, perseveremos, mesmo quando, aparentemente, os resultados parecerem tardar ou não corresponderem às nossas aspirações… Cresce a árvore paulatinamente e o corpo se desenvolve célula a célula, em equipe harmoniosa, sincronizada. Aqueloutros, que sentirem o hino, a música da palavra emboscada no coração, reúnam-se a estudar e debater temas, formulando conotações atuais e oportunas, para, logo após, saírem como semeadores da esperança, lançando as sementes nos solos dos corações humanos sempre muito necessitados, entre os quais nós própria nos arrolamos. Estes, afervorados ao ideal de servir, examinem as dores do próximo, suas necessidades imediatas e, ao invés do simplismo da dádiva que libera da responsabilidade, a ação profunda, a realização social, que não apenas amenize o problema, agora, mas que, possivelmente, resolva a dificuldade, mediante os recursos que lhes oferecermos, para se libertarem a si mesmos. Uns, estudiosos, divulguem pelo livro abençoado ou pelo folheto delicado, as excelentes lições do Espiritismo, que tem resposta para a problemática de hoje como a de amanhã, esclarecendo, realmente, o homem aparvalhado sob a constrição de mil cogitações tormentosas e as cargas pesadas que engendram outros mil distúrbios, de modo a acender-lhe a lâmpada da esperança no céu do espírito atribulado. Reunamo-nos todos, com frequência, a fim de dirimirmos dificuldades e incompreensões, em encontros de ação cristã, debatendo os nossos serviços e permutando experiências adquiridas no campo da própria realização, com que nos resguardaremos da prepotência do eu e da vaidade de obreiros que se não permitam enganar. A palavra de cada irmão é moeda de valor, que nos merece consideração, a seu turno necessitada de debate e discussão salutar. Há demasiados sofrimentos aguardando nossa ajuda fraternal. O desespero que cavalga, infrene, espera por nós. O intercâmbio espiritual atuante não dá margem a dubiedade de comportamento moral. A ética escarnecedora destes dias vige esperando a revivescência da moral cristã em toda a sua pujança. Nenhum melindre em nós, suscetibilidade negativa nenhuma. O Espiritismo é o renascimento do Cristianismo em sua pureza primitiva. Todos os fatos quando examinados do “ponto de vista espiritual” mudam de configuração. À meridiana luz da reencarnação alteram-se as técnicas da vida e a esperança domina as mentes e os corações. Se não conseguirmos avançar em grupo, sigamos, assim mesmo, conforme nossas forças. O desânimo de uns não pode contaminar os demais. Os melhor dotados não devem sofrer a inveja dos menos aquinhoados. Todos nós constituímos peças da engrenagem feliz para a construção do “reino de Deus” que já se instala na Terra. As muitas aflições chamarão em breve o homem para as realidades nobres da vida. Não nos permitamos dúvidas, face à vitória da dissolução dos costumes ou diante da licenciosidade enlouquecedora. Quem fizesse o confronto entre Cristo e César, naquela tarde inesquecível, veria no último o triunfador, no entanto, era Jesus, o Rei que retomava à glória solar, enquanto o outro, logo mais desceria ao túmulo, confundindo-se na perturbação… Os valores que passam, apenas transitam… Não nos fascinemos com eles nem os persigamos. Nossas são a taça de fel, a pedrada, a difamação, quiçá a cruz… Depois de tudo consumado, porém, conforme acentua o Mestre: “Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no reino dos Céus.” Não será fácil. Nada é fácil. O fácil de hoje foi o difícil de ontem, será o complexo de amanhã. Quanto adiemos agora, aparecerá, depois, complicado, sob o acúmulo dos juros que se capitalizam ao valor não resgatado. Aclimatados à atmosfera do Evangelho, respiremos o ideal da crença… E unidos uns aos outros, entre os encarnados e com os desencarnados, sigamos. Jesus espera: avancemos! Texto do Livro – Após a Tempestade – Divaldo Franco pelo Espírito Joanna de Ângelis

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