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Criança na visão espírita

Qual é, para o Espírito, a utilidade de passar pela infância? 

(LE Q. 383)


Encarnando-se com o fim de se aperfeiçoar, o Espírito é mais acessível, durante esse tempo, às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir os que estão encarregados da sua educação.

Tudo tem um propósito nas obras de Deus; nada é por acaso. Quando temos isso em mente fica mais simples compreender por que em nosso retorno ao mundo físico somos tão frágeis e fofos, despertando a ternura e os cuidados dos que nos rodeiam.


No Livro dos Espíritos, Kardec aponta que ao reencarnar, a criança e os pais não se reconhecem de outras vidas e que o esquecimento do passado ocorre para que o resgate não seja comprometido. Imagine se os pais reconhecessem na criança um inimigo do passado. Será que saberiam lidar com as emoções e conflitos advindos desse conhecimento? Para a ciência a fragilidade do bebê é uma ferramenta de sobrevivência pois, não apenas a mãe, mas todos a sua volta buscam suprir suas necessidades e desenvolvem o amor durante esse processo.


Quando esse bebê cresce, já pode aprender dos pais e daqueles que com a criança convivem, conceitos, crenças (muitas vezes limitantes, infelizmente), além de comportamentos para viver em sociedade. Nessa fase, os pais atentos percebem certas atitudes que podem ser de sua memória de vidas passadas, necessitando da atenção para corrigi-las ou incentivá-las.


Nunca ficou tão patente como atualmente a urgência na necessidade de se pensar a educação para a formação de um ser integral, buscando potencializar as qualidades dos infantes e corrigir, com firmeza, mas com amor, as atitudes menos felizes.


Pais e filhos têm muito a aprender uns com os outros e a tarefa dos pais é proporcionar a esse espírito, que no momento se apresenta como criança, ferramentas para concretizar seu desenvolvimento, corrigindo rumos equivocados. São companheiros de evolução e não pertencem aos pais, são a eles confiados, pela Bondade Divina, a fim de que evoluam juntos.


Avós, professores, psicólogos; todos tem um papel na educação das crianças. Mas nenhuma atitude cala mais fundo do que o amor em ação. Não só palavras, mas ação. O amor é primordial. Precisamos olhar com amor para nossas crianças. Não com permissividade ou mimos, não sem disciplina, mas com afeto.


Educar é um trabalho que exige disciplina, constância e coerência. Dar a uma criança tudo o que ela pede, não forma seu caráter. Pelo contrário, o deforma. Mimos não preparam a criança para lidar com a frustração e o stress natural das experiências terrenas. Criamos pequenos ditadores no lar. Comandam a televisão, ganham celulares e nunca são contrariados.

O que ensinamos a eles agindo assim? Tudo é imediato. Nada se constrói com calma e perseverança. Crianças precisam de limites. Precisam aprender a esperar e aceitar que nem sempre terão o que querem.


Deus nos ama, mas não impede que tenhamos experiências duras, pois sabe que elas nos fortaleceram e sempre está a uma oração de distância. Esse é o norte seguro para nossas ações como pais e educadores. Ajudá-los sim, mas não impedir que façam suas escolhas e aprendam com elas. Estaremos lá para eles, mas não faremos por eles o que podem fazer sozinhos.


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